Data

09 Mar 2016



Fonte

ALERT Life Sciences Computing, S.A.





Partilhar
Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter



Alergia ao amendoim: introdução precoce ajuda a reduzir risco

Estudo publicado no ''New England Journal of Medicine''

A introdução precoce de amendoins na dieta das crianças com elevado risco de desenvolverem alergia ao amendoim reduz significativamente o risco deste tipo de alergia até aos seis anos de idade, mesmo que tenham interrompido o consumo deste alimento por volta dos cinco anos, revela um estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

O estudo denominado LEAP (Learning Early About Peanut Allergy)-On, levado a cabo pelos investigadores do King's College London, no Reino Unido, é a continuação do estudo LEAP que tinha apurado que as crianças com elevado risco de desenvolverem alergia ao amendoim ficam protegidas, até aos cinco anos, se ingerirem frequentemente amendoins desde os 11 meses de idade.

Apesar do sucesso do estudo LEAP, ainda não se sabia se o consumo de amendoins, ao longo de mais de quatro anos, fornecia uma proteção duradoura contra a alergia após os participantes terem interrompido o seu consumo ao longo de 12 meses.

Assim, o estudo LEAP-ON contou com a participação de 556 participantes dos 640 incluídos no estudo LEAP. Neste novo coorte, 274 crianças tinham consumido previamente amendoins e 282 tinham evitado este alimento. No estudo LEAP-ON, todos os participantes foram convidados a evitar o consumo de amendoins durante um ano. A adesão foi verificada através de questionários e da medição de marcadores sanguíneos.

Após 12 meses de os participantes terem evitado o consumo de amendoins, os investigadores constataram que aos seis anos de idade não havia um aumento estatisticamente significativo para aqueles que tinham ingerido este alimento durante o estudo LEAP. Verificou-se ainda que a alergia ao amendoim era significativamente mais prevalente naqueles que tinham evitado o consumo deste alimento no estudo LEAP, comparativamente com aqueles que o tinham consumido (18.6% versus 4.8%).

Os resultados sugerem que a prevenção do consumo de amendoim ao longo de um ano não fará com que a alergia reapareça. Em estudos futuros os investigadores vão avaliar se períodos mais longos farão com que a tolerância sofra um declínio.

O diretor da Rede de Tolerância Imunológica, Gerald Nepom, referiu que este estudo oferece a garantia de que o consumo de amendoim, mesmo que por vezes seja interrompido, é seguro para a maioria das crianças submetidas à terapia de tolerância.

“O sistema imunológico parece lembrar-se e manter a tolerância, mesmo sem exposição regular contínua ao amendoim”, concluiu.