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Fundamentação
A Nutrição e a Alimentação têm tido um papel crucial na evolução biológica do desenvolvimento humano. De facto, o organismo é, em certo sentido, o produto da sua própria nutrição que se entende como sendo o processo pelo qual o ser vivo digere os alimentos, utiliza a energia e incorpora os nutrientes, processo esse que tem o seu auge em idade pediátrica pelos fenómenos biológicos básicos a ela associados: a programação, o crescimento e a maturação.
Assim, a importância da Nutrição Clínica Pediátrica tem sido crescente e transversal a outras subespecialidades "baseadas-em-orgão", não só por configurar cenários de medicina preventiva, numa tentativa de otimizar o pleno e adequado desenvolvimento das populações pediátricas e das futuras gerações, mas também por incorporar planos assistenciais multidisciplinares de patologias crónicas e debilitantes, que permitirão cada vez mais longas com novas exigências e novos desafios.
De facto, a Nutrição tem emergido como uma influência ambiencial major do genoma e é já inegável que os nutrientes, atuando em janelas críticas do desenvolvimento pediátrico, são determinantes muito precoces da saúde futura e com efeito transgeracional, permitindo minimizar e/ou anular a morbilidade e a mortalidade da população adulta e das gerações seguintes relativas a patologias tão frequentes como a obesidade, a doença cérebro e cardiovascular, a diabetes, entre outras. A obesidade, a doença nutricional crónica multissistémica mais prevalente em idade pediátrica, atinge cifras na ordem dos 30 % (entre sobrepeso e obesidade) em Portugal, sendo sabido constituir a epidemia universal do século XXI. É primordial o investimento na sua prevenção, abordagem e tratamento assertivo, diferenciado e especializado que será a mais-valia necessária e indispensável na orientação das comorbilidades muitas vezes insidiosas, mas graves. Sabendo que, mesmo assim o sucesso é fruste, outras terapias mais intensivas como a farmacoterapia e a cirurgia bariátrica poderão ser ponderadas.
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