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Em defesa da Dignidade, da Medicina e da Saúde
Estimados Colegas,
As políticas desastrosas, desumanas e humilhantes para os doentes e profissionais de saúde, reiteradamente impostas pelo Ministro da Saúde, estão a conduzir à decadência do SNS e à desqualificação da Medicina. Um retrocesso sem precedentes na história recente da Saúde em Portugal.
O movimento de contestação iniciado pelos médicos resultou de uma dinâmica de legítima defesa perante a agressão que todos os dias ofende intimamente a sua e nossa dignidade. O sentimento de revolta e indignação está presente em cada esquina e toca a sociedade civil. É profundamente lamentável a falta efectiva de respeito pelo excelente trabalho dos médicos que continuam a tratar os seus doentes com elevada responsabilidade e competência.
Na situação actual, o caminho não é fácil. Temos que saber resistir e não desistir de lutar pelos valores e princípios em que acreditamos. E temos que ser todos, não apenas alguns. Em nome da qualidade da Medicina e dos cuidados de Saúde. Os doentes precisam de nós. Precisam de sentir que alguém se preocupa e está determinado em defender o SNS.
É urgente quebrar o ciclo vicioso e precário que está a bloquear a Saúde em Portugal. Temos que romper com a visão de curto prazo. A visão da sustentabilidade ‘atrapalhada e cega’ a qualquer custo. A visão da diminuição imediata da despesa sem qualquer preocupação pelos danos colaterais. A visão que centra a Saúde nas finanças e não nos doentes. A visão que não respeita a dignidade das pessoas e limita a sua liberdade de expressão. A visão que não distingue o essencial do acessório. A visão que nos pode conduzir a um caminho sem retorno.
A Saúde necessita de uma nova agenda que seja mobilizadora de uma política diferente. Uma política mais próxima das pessoas. Mais próxima dos doentes e dos profissionais de saúde. Em que a sustentabilidade seja uma etapa mas não a meta final. Em que seja preservado o que conseguimos fazer de bom e de bem. Em que o combate ao desperdício seja objectivo, transparente e sem ‘compromissos’ ou ‘desperdícios’ políticos. Em que a instabilidade não seja uma ameaça constante. Em que o doente ocupe o seu verdadeiro lugar no centro de todo o sistema. Em que a Medicina seja valorizada e respeitada.
Temos que mobilizar a nossa energia e manter uma união sólida para enfrentar o enorme desafio que temos pela frente.
Sem prejuízo de total abertura para um diálogo que se quer conclusivo e consequente, o CRN invoca a participação de todos os Médicos nas medidas de contestação já anunciadas pela FNAM para os dias 8 e 9 de Julho, e nomeadamente na jornada de concentração do dia 8 de Julho pelas 15h:30, em frente às instalações do Ministério da Saúde.
Temos que olhar para o futuro com optimismo e esperança. Chegou o momento de dizer bem alto Basta! Vamos lutar pelos nossos direitos e pela nossa dignidade. Vamos lutar pelos Doentes e pela qualidade da Saúde.
Juntos vamos vencer!
Porto, 4 de Julho de 2014.