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Concurso Internato Médico – 2016
Presidente do Conselho Regional do Norte lamenta que 158 médicos fiquem sem acesso a especialidade
O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM), em entrevista à Nortemédico, lamenta que cerca de 158 jovens médicos fiquem sem acesso a uma vaga de especialidade no âmbito do concurso de Internato Médico de 2016. Um acréscimo de 38,6% face ao processo de 2015. "Esta é uma situação que, infelizmente, não é de todo surpreendente e para a qual a Ordem dos Médicos, em conjunto com as associações representativas de estudantes e jovens médicos, tem vindo a alertar o Governo", adverte Miguel Guimarães.
Na opinião do dirigente, é o Governo que tem “a obrigação de dar uma resposta a esta situação, pois é quem decide as vagas nas faculdades de Medicina".
"Ano após ano, temos reforçado junto de sucessivos ministros da Saúde e do Ensino Superior a necessidade de adequar as vagas de acesso aos cursos de Medicina às reais necessidades do País e às capacidades formativas do país", afirma Miguel Guimarães. E recorda que os vários estudos académicos e universitários realizados nos últimos anos apontam para um numerus clausus entre 1200 e 1300 vagas.
O responsável do Conselho Regional do Norte salienta “o esforço desenvolvido pelos Colégios de Especialidade no sentido de maximizar as capacidades formativas em Portugal". E reforça que "o número de vagas abertas anualmente garantem a qualidade da formação médica especializada e as necessidades do país", sustenta Miguel Guimarães.
É urgente dar resposta ao anseio dos jovens médicos que agora ficam impedidos de aceder à formação específica. Até porque "a formação específica é a mais-valia que qualquer médico tem para oferecer ao SNS e o factor de diferenciação que potencia o investimento feito ao longo de todo o Mestrado Integrado e Internato de Ano Comum", frisa Miguel Guimarães.
Nesse sentido, o presidente do Conselho Regional do Norte mostra-se apreensivo com o futuro destes jovens médicos. "Muitos vão acabar por emigrar para fazer a especialidade que pretendem e à qual não tiveram acesso em Portugal", admite, lembrando que só nos últimos dois anos saíram do país cerca de 870 médicos. A maioria porque foi fazer uma especialidade médica no estrangeiro ou porque aí encontrou melhores condições de trabalho.
"É preocupante o futuro destes jovens, mas vamos continuar a acompanhar a sua situação e procurar encontrar soluções através do nosso gabinete de Educação Médica".
"Isto, sem esquecer a necessidade de encontrar forma de, no imediato, adequar a abertura de vagas nos cursos de Medicina às necessidades do País e às capacidades formativas existentes”, sustenta Miguel Guimarães. Afinal de contas, conclui, "não podemos continuar a desperdiçar recursos com a formação pré-graduada de médicos que, depois, não têm qualquer diferenciação especializada no mercado de trabalho".