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Nota de Imprensa 26/02/2015
Agressões a profissionais de Saúde
Médicos e profissionais de Saúde são elo mais fraco numa política de cortes cegos
Os mais recentes dados do Observatório Nacional da Violência Contra os Profissionais de Saúde no Local de Trabalho, organismo da Direcção-Geral da Saúde, revelam que só em Janeiro deste ano foram já registadas 33 notificações de violência contra profissionais de Saúde. Isto depois de no ano de 2014 se ter registado um número recorde de 531, o que representa um acréscimo de mais de 160% face aos dados de 2013 (202 notificações) e quase tantas quantas as denúncias registadas entre 2010 e 2013.
Estes dados são extremamente preocupantes e revelam que médicos e restantes profissionais de Saúde são o elo mais fraco numa cadeia de interacção cuja relação é cada vez mais complexa. Os doentes, fustigados pelos sucessivos cortes nos orçamentos familiares e confrontados com o aumento dos tempos de espera nos hospitais, bem como com taxas moderadoras elevadas, mostram-se cada vez mais insatisfeitos e propensos a práticas de violência gratuita, injustificada e indesejada.
A linha da frente constituída por médicos, enfermeiros e assistentes técnicos e administrativos, é cada vez mais o alvo preferencial de doentes ou seus familiares que, não entendem a pressão inaceitável a que os profissionais de saúde são submetidos em virtude de uma política errada de Saúde mais preocupada com os números do que com as pessoas.
Esta não é, infelizmente, uma realidade nova. O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) já alertou por diversas vezes para esta situação. A questão da segurança no trabalho tem sido, aliás, um dos graves problemas equacionados pelos médicos nas várias visitas conjuntas que o CRNOM e os Sindicatos Médicos têm feito a vários serviços de urgência da região Norte.
São inúmeras as queixas feitas por médicos que nos relatam o clima de conflitualidade que muitas vezes se vivem, onde familiares e doentes esperam, e muitas vezes desesperam, para serem atendidos. Serviços de urgência onde, inúmeras vezes, um único vigilante ou segurança privado serve de "protecção" aos profissionais de saúde que diariamente procuram fazer o seu melhor.
Esta realidade, aliada a muitos outros problemas já amplamente divulgados pelo CRNOM, merece uma profunda reflexão não só da parte do Ministério da Saúde, como das próprias administrações das diferentes unidades de saúde, as quais têm a responsabilidade de assegurar as melhores condições de trabalho possíveis. E desde logo ao nível da segurança.
Deste modo, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos exorta todos os conselhos de administração das diferentes unidades de saúde para que tomem medidas efectivas e urgentes no sentido de melhorar as condições de segurança dos seus profissionais.
Aos médicos em particular, o CRNOM apela a que continuem a denunciar às autoridades competentes, nomeadamente as policiais, e com conhecimento para a Ordem dos Médicos, todas as agressões - sejam elas físicas ou não - de que sejam alvo no decurso do exercício da sua profissão.
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos
Porto, 26 de Fevereiro de 2015