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As interrupções do sono podem aumentar o risco de batimentos cardíacos irregulares, uma condição conhecida por fibrilhação auricular, revela um estudo apresentado nas sessões científicas de 2016 da Associação Americana do Coração.
Apneia obstrutiva do sono, o sono interrompido por pausas na respiração, é um risco conhecido de fibrilhação auricular que pode conduzir a acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e outras complicações cardíacas. Contudo, até à data ainda não estava claro se havia uma relação entre o sono interrompido e a fibrilhação auricular na ausência de apneia.
Com o intuito de clarificar esta temática, os investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, utilizaram três fontes para confirmar os efeitos de um sono pobre na fibrilhação auricular. As fontes incluíram o “Health eHeart Study”, um estudo on-line que incluiu mais de 4.600 indivíduos, o “Cardiovascular Health Study”, que contou com a participação de 5.700 pessoas, e o “Healthcare Cost and Utilization Project”, uma base de dados hospital que inclui quase 14 milhões de pacientes.
Nos três estudos, os investigadores ajustaram os efeitos da apneia obstrutiva do sono e fatores de risco da fibrilhação auricular que também podem estar relacionados com o sono, incluindo sexo, raça, diabetes, pressão arterial elevada, insuficiência cardíaca e tabagismo.
O estudo apurou que o sono interrompido, incluindo a insónia, pode estar independentemente associado à fibrilhação auricular. Os indivíduos que diziam acordar com frequência durante a noite apresentavam um risco 26% mais elevado de desenvolver fibrilhação auricular, comparativamente com aqueles que despertavam menos.
Numa análise separada, os mesmos investigadores fizeram uma revisão de um subconjunto do “Cardiovascular Health Study” de forma a perceber o efeito das interrupções do sono durante diferentes fases do sono, sem apneia obstrutiva do sono, nos riscos de fibrilhação auricular. Verificou-se que ter menos sono de movimento rápido dos olhos (REM) do que de outras fases do sono está associado a um maior risco de desenvolvimento de fibrilhação auricular.
Na opinião dos investigadores, pode haver algo específico sobre como o sono afeta o sistema nervoso autónomo, o qual desempenha um papel importante no controlo da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Matt Christensen, um dos autores do estudo, refere que uma das possíveis explicações para a associação entre as interrupções do sono e fibrilhação auricular pode passar pelo facto de a vigília frequente produzir um stress adicional nas câmaras do coração.
Apesar de ainda não se conhecerem os mecanismos responsáveis, os investigadores acreditam que as estratégias para melhorar o sono podem ajudar a prevenir esta arritmia importante.
A falta de sono está associada a outros fatores de risco da doença cardíaca, tais como a pressão arterial elevada, a obesidade e acidente vascular cerebral. Portanto, é importante saber como obter uma boa noite de descanso.