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A alteração da hora pode estar associada a um maior risco de acidente vascular (AVC) isquémico, mas apenas temporariamente, dá conta um estudo preliminar apresentado no 68º congresso anual da Academia Americana de Neurologia.
O AVC isquémico é o tipo mais comum de AVC, sendo responsável por 87% dos casos. Este é causado pela formação de um coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo para o cérebro.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que as interrupções no ritmo circadiano de um indivíduo, também conhecido por relógio interno do organismo, aumentavam o risco de AVC isquémico. Neste estudo, os investigadores da Universidade de Turku, na Finlândia, decidiram averiguar se a mudança da hora poderia aumentar o risco deste tipo de AVC.
Os investigadores começaram por analisar os dados de 3.033 indivíduos hospitalizados durante a semana após a mudança de hora. Estes dados foram comparados com a taxa de AVC num grupo de 11.801 indivíduos que tinham sido hospitalizados nas duas semanas anteriores ou posteriores à alteração da hora.
Os investigadores constataram que a taxa de AVC isquémico foi oito por cento superior durante os primeiros dois dias após transição para o horário do verão. Após dois dias os níveis voltaram ao normal.
O estudo apurou ainda que, para determinados grupos, o risco foi ainda maior. Os pacientes com cancro apresentavam um risco 25% maior de AVC, logo após a transição da hora. Adicionalmente os indivíduos com mais de 65 anos tinham um risco 20% maior de AVC após a mudança da hora.
Embora os resultados sejam bastante surpreendentes, existem algumas teorias que podem ajudar a explicar por que motivo uma simples mudança da hora pode ter estas consequências.
Alguns investigadores já tinham descoberto que o ritmo circadiano afetava os níveis de AVC. O estudo que inclui dados de 11.816 AVC constatou que o risco de AVC isquémico entre a meia-noite e as 6 horas da manhã era 55% maior do que em qualquer outro momento do dia.
Ao que parece o tempo é de alguma forma importante na etiologia dos AVC. No entanto, esta é a primeira vez que o horário de verão foi especificamente investigado como um fator de risco.
Na opinião de um dos investigadores, Jori Ruuskanen, são necessários mais estudos para compreender melhor a relação entre estas transições da hora e o risco de AVC e descobrir se existem formas de reduzir este risco.