-
Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos
-
A SRNOM
-
Médicos e especialidades
-
Espaços SRNOM
-
Comunicados
-
Serviços
-
Qualidade
Artigos de Opinião
Newsletter
Legislação
Regulamento
As crianças, para além de serem mais propensas a infeções virais, têm mais dificuldades em eliminá-las, comparativamente com os adultos, atesta um estudo publicado no “Journal of Leukocyte Biology”.
Os investigadores da Universidade Estatal de Iowa, nos EUA, decidiram analisar como os linfócitos T CD4, células imunitárias envolvidas no combate às doenças virais, respondiam à infeção pelo vírus da gripe. Verificou-se que o sistema imunitário das crianças pode não ser capaz de produzir uma quantidade suficiente de anticorpos de forma a eliminar o vírus da gripe tão rapidamente quanto os adultos.
“A nossa esperança é que com um conhecimento mais aprofundado das diferenças-chaves das respostas imunológicas nas crianças possamos ser capazes de desenvolver formas mais eficazes de ativar a imunidade contra agentes patogénicos comuns que as afetam”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, David E. Verhoeven.
Para o estudo, os investigadores utilizaram dois grupos de ratinhos para criar um modelo dos efeitos da infeção do vírus da gripe nas crianças e nos adultos. Um dos grupos dos animais tinha 21 dias e o outro tinha entre oito a dez semanas. Os dois grupos foram infetados com o vírus da gripe da estirpe H1N, tendo sido comparadas as respostas imunitárias à infeção.
Os investigadores constataram que os linfócitos TCD4 dos ratinhos mais jovens produziam uma citoquina antiviral-chave, o interferão gama, em níveis significativamente mais baixos que os linfócitos TCD4 dos ratinhos mais velhos. Estes níveis mais baixos de interferão gama conduziram a taxas de morte mais elevadas dos linfócitos TCD4 durante a infeção. Uma vez que os linfócitos TCD4 estão envolvidos na produção de anticorpos, os ratinhos mais novos foram incapazes de montar uma resposta imunitária suficientemente forte para eliminar rapidamente o vírus dos pulmões.
John Wherry, o editor do “Journal of Leukocyte Biology”, referiu que as crianças trazem para casa todo o tipo de microrganismos e que estas podem ser, de facto, uma importante fonte de disseminação epidemiológica de algumas infeções.
“Estes novos dados são relevantes pois começam a apontar mecanismos imunitários importantes que funcionam de uma forma diferente em idades jovens e que podem permitir atrasos na eliminação dos vírus, o que pode aumentar a capacidade de transmissão dessas infeções para novos hospedeiros”, concluiu.