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Os jovens com adição ao Facebook apresentam níveis de saúde mental e de bem-estar psicológico preocupantes e significativamente piores do que os utilizadores regulares, revela um estudo realizado em Portugal.
O estudo publicado no “International Journal of Mental Health and Addiction” apurou que a adição ao Facebook está associada a maior preferência para interação social online e níveis elevados de sintomas depressivos, ansiedade patológica e stress.
Para o estudo, os investigadores, liderados pelo investigador português Halley Pontes, da Nottingham Trent University, no Reino Unido, contaram com a participação de 547 jovens estudantes portugueses do 2º e 3º ciclo do ensino básico.
O investigado referiu à agência Lusa que o objetivo deste trabalho foi avaliar a extensão dos problemas relacionados com a utilização excessiva e problemática do Facebook, entre outras adições, numa amostra exclusivamente portuguesa.
“Dada a penetração da Internet e dos sites de redes sociais entre os jovens portugueses, juntamente com a necessidade de mais investigação sobre o uso contextualizado da Internet, tornou-se fundamental entender” os efeitos que o uso excessivo e viciante destas redes podem ter sobre a saúde mental dos adolescentes, refere o estudo ao qual a agência Lusa teve acesso.
Os investigadores constataram que a adição ao Facebook estava presente em 3,6% da amostra total. Tendo em conta a população geral, esta percentagem poderia traduzir-se num total ligeiramente acima dos 380 mil indivíduos, o que é bastante significativo”, referiu Halley Pontes.
Os resultados sugerem que, “em termos do bem-estar psicológico e saúde mental, os indivíduos com problemas de adição ao Facebook apresentaram níveis preocupantes e significativamente piores, em comparação aos participantes que não apresentavam problemas de adição” a esta rede social.
Para Halley Pontes, estudar o problema da adição às redes sociais online é de extrema relevância no contexto da promoção da saúde mental nos indivíduos.
Segundo o Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias 2015, do Instituto Nacional de Estatística, a participação em redes sociais é mais frequente em Portugal do que na média dos países da União Europeia.
Em 2015, 70% dos utilizadores de Internet em Portugal participavam em redes sociais, ainda assim menos dois pontos percentuais do que em 2014, mas mais 13 pontos percentuais do que em 2011.