Data

27 Out 2016



Fonte

ALERT Life Sciences Computing, S.A.





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Produção de novos neurónios: identificada proteína

Estudo da Universidade do Minho

Investigadores da Universidade do Minho (UMinho) constataram que a proteína AP2gama é capaz de estimular a produção de novos neurónios no cérebro adulto. O estudo publicado na revista "Molecular Psychiatry" pode assim beneficiar o tratamento da doença de Alzheimer e depressão.
O comunicado da UMinho, ao qual a agência Lusa teve acesso, refere que, "ao contrário do que se pensava", o cérebro adulto tem a capacidade de "produzir continuamente" novos neurónios.
O estudo demonstrou ainda que, em ratinhos sem a proteína AP2gama, a "produção de novos neurónios ficou comprometida", provocando défices na produção e arquivo de novas memórias ou na capacidade de navegação espacial.
"Descobrimos que a AP2gama, inicialmente associada à proliferação de células malignas no cancro da mama, estava também presente no cérebro. Para percebermos a sua função, utilizámos ratinhos geneticamente manipulados para não produzirem esta proteína ou para a produzirem em excesso e estudámos os seus efeitos", explicaram Luísa Pinto e Nuno Sousa, que coordenaram a investigação.
A investigadora acrescentou que “esta possibilidade poderá beneficiar terapias para doenças neurológicas e psiquiátricas, como a doença de Alzheimer e a depressão".
A UMinho refere que "ao contrário do que se pensava, sabe-se agora que o cérebro de um indivíduo adulto tem a capacidade de produzir continuamente novos neurónios", um processo designado por neurogénese e que "é fundamental no controlo de diversas funções cerebrais e tem sido estudado na perspetiva de tratamento de diversas doenças do sistema nervoso central".
O estudo demonstrou que a "falta" da AP2gama "prejudica vários domínios do comportamento".
"Foi ainda surpreendente concluir que a proteína AP2gama comanda a produção de uma população de neurónios decisiva para várias regiões do cérebro comunicarem entre si", acrescentam os coautores da investigação António Mateus-Pinheiro e Nuno Dinis Alves.
A equipa procura agora perceber se a desregulação desta proteína estará também envolvida no desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como a ansiedade ou depressão.