Data

02 Nov 2016



Fonte

ALERT Life Sciences Computing, S.A.





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Aplicações móveis poderão ajudar a controlar diabetes

Estudo publicado no ''Diabetes Care''

As aplicações de smartphone poderão constituir uma forma muito eficaz de controlar autonomamente a diabetes tipo 2, revela um estudo publicado no “Diabetes Care”.
“Visto estimar-se que o número mundial de pacientes [com diabetes] aumente até os 500 milhões em 2030, há uma necessidade urgente de melhores ferramentas de autogestão”, avança Benjamin Carter, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, através de nota da universidade. “À medida que entramos numa era onde a tecnologia portátil é cada vez mais utilizada para melhorar o nosso estilo de vida, como já é possível constatar com a tecnologia relacionada com a atividade física, as apps podem fornecer, a uma grande percentagem da população mundial, uma solução barata e dinâmica de gestão da diabetes tipo 2”, esclarece.
A gestão da diabetes inclui a monitorização e a gestão dos níveis de glicose através de um controlo da dieta, o que implica um conhecimento acerca dos alimentos e de que forma estes afetam o nível glicémico. Além disso, muitos necessitam ainda de tomar medicação para controlar os níveis de açúcar no sangue.
As aplicações móveis atuais relacionadas com a diabetes permitem não só registar informação, como também receber informação sobre como melhorar a gestão da doença. Estas ferramentas permitem manter o registo e criar alertas para medicação, planear refeições, encontrar receitas e planear consultas e análises. Desta forma, constituem um meio barato, interativo e dinâmico de promoção da saúde.
Se a tudo isto adicionarmos o facto de, segundo Carter, se prever que até ao final da década existam mais cinco mil milhões de telemóveis no mundo, as “apps, usadas em conjunto com outras estratégias de autogestão poderão estabelecer a base da educação e autogestão da diabetes”.
Por tudo isto, os cientistas da Universidade de Cardiff realizaram uma revisão sistemática a 14 ensaios aleatórios e controlados de diabetes tipo 2, em que participaram 1.360 pacientes. De acordo com os cientistas, este tipo de investigação é aquele que fornece as evidências mais robustas para estabelecer conclusões causais.
A investigação revelou que todos os estudos reportaram uma redução dos níveis médios de glicose nos pacientes que usaram apps de gestão da diabetes, em relação àqueles que não usaram estas ferramentas. A redução de HbA1c (hemoglobina glicada) foi de cerca de 0,5%.
A análise revelou ainda que eram os mais jovens que tendiam a apresentar melhores resultados decorrentes da utilização deste tipo de apps. Não foi possível recolher qualquer evidência de melhoria da gestão da diabetes tipo 1 decorrente do uso destas ferramentas, embora os cientistas admitam que poderá ser necessário realizar mais estudos para consubstanciar esse achado.