Data

22 Jun 2016



Fonte

ALERT Life Sciences Computing, S.A.





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Molécula envolvida no metabolismo pode potenciar eficácia de vacinas

Estudo publicado na revista ''Immunity''

Uma molécula relativamente desconhecida que regula o metabolismo pode ser a chave para aumentar a imunidade contra o vírus da gripe e outros vírus, sugere um estudo publicado na revista “Immunity”.
O estudo levado a cabo pelos investigadores da Universidade de Vermont, nos EUA, descobriu que uma proteína denominada MCJ (do inglês, methylation controlled J) pode ser alterada para aumentar a resposta do sistema imunitário à gripe.
O metabolismo é uma função crucial que ajuda a manter as células vivas. Este desempenha um papel importante numa vasta gama de processos, desde a conversão dos alimentos em energia à capacidade de combater uma infeção. A MCJ é a parte da célula que produz energia e permite que o processo do metabolismo ocorra. “É o motor da célula”, refere, a líder do estudo, Mercedes Rincon.
A investigação apurou que a MCJ funciona como um sistema de travagem e que na sua ausência as mitocôndrias (um organelo celular) ficam hiperativas.
Nos linfócitos T, especificamente os linfócitos TCD8 que combatem o vírus e as infeções, o metabolismo ajuda a assegurar que estas células se mantêm ativas. Quando os vírus atacam, os linfócitos TCD8 conseguem detetá-los e eliminá-los, deixando ao mesmo tempo os tecidos saudáveis e intactos. O estudo apurou que a MCJ controla o metabolismo dos linfócitos TCD8. Esta proteína impede que a mitocôndria gere demasiada energia e que os linfócitos TCD8 fiquem demasiado reativos.
As vacinas, como a da gripe, treinam os linfócitos TCD8 a identificar os vírus e a eliminá-los. Uma vacina eficaz faz com que estes linfócitos se lembrem e protejam o organismo contra o vírus durante um longo período de tempo.
No estudo, os investigadores infetaram ratinhos, sem a MCJ, com o vírus da gripe, de forma a mimetizar uma vacina, ou seja, desta forma os linfócitos TCD8 iriam aprender a reconhecer o agente patogénico. Após quatro semanas, os linfócitos TCD8 dos ratinhos infetados foram retirados e injetados noutros animais. Um dos grupos recebeu os linfócitos TCD8 normais e um outro sem a MCJ.
Os investigadores administraram aos novos animais doses elevadas do mesmo vírus da gripe. Verificou-se que os animais com os linfócitos TCD8 normais morreram, o que significa que a educação destas células pouco contribui para a proteção. Por outro lado, os ratinhos com os linfócitos TCD8 sem MCJ sobreviveram todos.
Os investigadores concluíram que os linfócitos TCD8 com os níveis normais de MCJ não foram tão eficazes a combater a infeção, porque o metabolismo das mitocôndrias não é suficientemente forte. Desta forma, a remoção da MCJ (travão da mitocôndria) pode melhorar a capacidade de proteção das células e, consequentemente, a eficácia da vacina.