Data

28 Jun 2016



Fonte

ALERT Life Sciences Computing, S.A.





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Enxaqueca é um marcador de doenças cardiovasculares?

Estudo publicado no ''British Medical Journal''

As mulheres que sofrem de enxaquecas apresentam um risco ligeiramente aumentado de desenvolverem doenças cardiovasculares mais tarde na vida, sugere um estudo publicado no “British Medical Journal”.

De acordo a Associação de Profissionais de Neurologistas Germânicos, as enxaquecas têm uma elevada prevalência na população geral e afetam aproximadamente uma em cada cinco mulheres. Apesar de as enxaquecas serem conhecidas por aumentar o risco de acidente vascular cerebral, poucos foram os estudos que demonstraram que existia uma relação entre as enxaquecas e um risco aumentado de doença cardiovascular e mortalidade.

Neste estudo uma equipa de investigadores americanos e alemães analisaram dados de mais de 115.500 mulheres que tinham ingressado no Nurses' Health Study II. As participantes tinham entre 15 a 42 anos e não sofriam de doença cardiovascular no início do estudo. No total, 17.531 mulheres foram diagnosticadas com enxaqueca.

Os investigadores liderados por Tobias Kurth, do Instituto Público de Saúde em Charité, na Alemanha, verificaram que entre 1989 e 2001 ocorreram eventos cardiovasculares em 1.329 das participantes, sendo que 223 morreram devido a estas causas.

“A nossa análise sugere que a enxaqueca deveria ser considerada um importante marcador de risco para a doença cardiovascular, particularmente nas mulheres”, referiu, em comunicado de imprensa, o investigador.

O estudo apurou que o risco de desenvolver eventos cardiovasculares foi 50% maior nas mulheres diagnosticadas com enxaqueca. Comparativamente com as mulheres sem esta condição, risco de desenvolver um enfarte agudo do miocárdio foi 39% maior nas mulheres com enxaqueca, o risco de acidente vascular cerebral foi 62% maior e o risco de angina foi 72% mais elevado.

Apesar do estudo incluir um elevado número de fatores de risco cardiovascular, não havia informação disponível relativamente a biomarcadores individuais, ou específicos da enxaqueca assim como a presença ou ausência de enxaqueca com aura.

Deste modo são necessários mais estudos de forma a identificar as causas responsáveis por estas associações e a desenvolver tratamentos preventivos.