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No último ano, o número de médicos dentistas aumentou 4,6%, passando para quase nove mil profissionais, um crescimento bem acima das necessidades do país.
O documento “Números da Ordem 2016” demonstra que no ano passado houve um aumento de 4,6% no número de profissionais inscritos na Ordem e que nas sete faculdades portuguesas de medicina dentária havia 3.192 alunos.
De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, a solução passa por reduzir de forma drástica o número de vagas nas faculdades de medicina dentária.
“O número de profissionais de medicina dentária é excessivo face às necessidades da população portuguesa. Já estamos muito acima da recomendação da Organização Mundial da Saúde de um médico dentista por cada dois mil habitantes”, disse à agência Lusa o bastonário Orlando Monteiro da Silva.
Estima-se que dentro de dois anos Portugal tenha já um médico dentista por cada mil habitantes, o dobro das necessidades. Assim, para a Ordem, só resta aos novos profissionais duas soluções: ou o subemprego ou a emigração. Calcula-se que cerca de 1.500 a 1.800 médicos dentistas estejam a trabalhar fora do país, sobretudo em países europeus, particularmente no Reino Unido.
“O subemprego nesta área é absolutamente dramático para os mais jovens que se desdobram a trabalhar em quatro ou cinco locais em simultâneo, com situações muito precárias e ordenados baixíssimos”, referiu, Orlando Monteiro da Silva.
O bastonário sugere que é urgente que as faculdades de medicina dentária cheguem a um entendimento para “reduzir drasticamente” o número de vagas para mestrados integrados.
“Na abertura do próximo ano letivo, já em outubro, é imperativo que haja menos alunos no primeiro ano”, apela Monteiro da Silva, aconselhando as faculdades a apostar, por exemplo, no ensino pós-graduado para médicos dentistas portugueses e para profissionais estrangeiros.