Data

07 Abr 2016



Fonte

ALERT Life Sciences Computing, S.A.





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Identificado subtipo de células do sistema imunitário eficaz contra o cancro

Estudo publicado na revista ''Nature Immunology''

Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) Lisboa constataram que um subtipo de células do sistema imunitário é eficaz no combate ao cancro, dá conta um estudo publicado na revista “Nature Immunology”.

As células em causa são os linfócitos T gama-delta, que expressam à sua superfície, quando ativados por sinais fortes resultantes da sua interação, determinadas moléculas, os recetores de morte celular, que, de acordo com os investigadores, são úteis para matar o tumor.

O líder do estudo, Bruno Silva-Santos, revelou à agência Lusa que este subtipo de células T "é particularmente útil" para o desenvolvimento da imunoterapia (tratamento com agentes biológicos, como células) contra o cancro.

Os linfócitos T ou células T são um grupo de glóbulos brancos, também conhecidos por leucócitos, responsáveis pela proteção do organismo contra microrganismos e tumores, sendo produzidos no timo. Os problemas surgem quando o “exército” destas células tem “soldados” insuficientes para aniquilar o “invasor”.

No estudo os investigadores identificaram e viram como funcionam os linfócitos T gama-delta em ratinhos. Noutro estudo, cujos resultados já foram aceites para publicação, foram utilizadas, com sucesso, essas mesmas células, extraídas de humanos, para tratar roedores com um tumor no sangue, também de um humano.

Com base nestes resultados, Bruno Silva-Santos pretende avançar, dentro de dois anos, com ensaios clínicos em doentes adultos com leucemia, ressalvando que a imunoterapia com linfócitos T gama-delta não pode ser generalizada a todos os cancros, atendendo à especificidade dos tumores, sendo, por exemplo, contraindicada no cancro da mama.

O investigador explicou à agência Lusa que as células T gama-delta especializam-se no combate a invasores diferentes, consoante os sinais recebidos do timo ou resultantes da interação das células entre si.

No caso do cancro, os linfócitos T gama-delta têm de ter sinais fortes para erradicá-lo, mas, para eliminarem fungos, e cumprirem a sua função antifúngica, as mesmas células têm de receber sinais fracos, explicou Bruno Silva-Santos.