19 - Segurança alimentar é um dos elementos chave para uma vida mais saudável



Nota de Imprensa 07/04/2015

Dia Mundial da Saúde
Segurança alimentar é um dos elementos chave para uma vida mais saudável


A Organização Mundial de Saúde (OMS) dedica o Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala, à Segurança Alimentar. Este é um tema de grande relevância e que deve estar no centro das atenções de toda a produção alimentar, desde agricultores a fabricantes, passando por fornecedores e pelos próprios consumidores. O controlo de riscos microbiológicos é essencial para garantir que os alimentos que chegam aos pratos da população são seguros.

Ao contrário do que se possa pensar, as doenças com origem alimentar não ocorrem apenas nos países subdesenvolvidos. Além de poderem ser um sério problema para o sistema de saúde nacional, as doenças associadas afectam sobretudo os grupos mais vulneráveis, como as crianças e os idosos.

O segredo para uma alimentação mais saudável e segura passa também pelo cumprimento de cinco pontos simples:

1. Manter a limpeza de mãos e equipamentos, superfícies e utensílios utilizados na preparação dos alimentos;
2. Separar alimentos crus de alimentos cozinhados, de modo a evitar que algum tipo de microrganismo existente nos alimentos crus possa contaminar aqueles que foram já confeccionados;
3. Cozinhar bem os alimentos, preferencialmente acima dos 70ºC, é um passo essencial para garantir que todos os microrganismos perigosos são mortos durante a cozedura;
4. Manter os alimentos a temperaturas seguras, impedindo assim o aparecimento e multiplicação de microrganismos;
5. Usar água e matérias-primas seguras, já que estas podem estar contaminadas com microrganismos perigosos ou químicos.

Estes cinco passos, tal como a própria OMS afirma, são essenciais para aumentar de forma significativa a segurança alimentar de cada pessoa. Passos que todos os profissionais devem dar a conhecer aos doentes e, assim, participarem activamente na promoção da segurança alimentar.

Porém, neste Dia Mundial da Saúde, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos não pode deixar de dar nota dos dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que vêm confirmar muitos dos alertas que têm sido feitos sobre os efeitos das políticas de Saúde dos últimos governos e, em particular, do actual ministro da Saúde.

É sobretudo preocupante verificar que entre 2002 e 2013 se assistiu a uma significativa redução do número de camas de internamento existentes no sector público, passando das 28733 camas de internamento para as 25029, ou seja, uma redução de 12,89%.

Esta redução de 3704 camas motiva ainda maior apreensão quando se constata que não houve um reforço do número de camas de Cuidados Continuados, o que permitiria aliviar a pressão existente nos serviços de Internamento de muitas unidades hospitalares que não podem dar altas a doentes que, embora necessitando de cuidados médicos, não precisam de ficar em ambiente hospitalar para fazer a sua recuperação.

No mesmo período constata-se ainda que o número de centros de saúde se manteve quase inalterável. Porém, entre 2002 e 2012 verificou-se um decréscimo acentuado no número de centros de saúde com serviços de Urgência Básica (SUB) ou serviços de Atendimento Permanente (SAP) e com internamento.

Em 2002, cerca de 70% dos centros de saúde dispunha de SUB ou SAP e perto de 20% tinha internamento, enquanto em 2012 as percentagens de centros de saúde com estas valências foram respetivamente de 24% e menos de 5%.

Todos estes dados apenas vêm comprovar os alertas que têm sido feitos nos últimos anos e que apontavam para as consequências do desinvestimento que tem vindo a ser feito na Saúde.

Não pode por isso o CRNOM deixar de aproveitar este dia para destacar a necessidade urgente de investir numa política de saúde não sustentada em cortes cegos, numa política de saúde que centre os cuidados de saúde nas pessoas, numa política de saúde que mantenha o código genético do Serviço Nacional de Saúde. Só assim será possível recuperar a qualidade daquele que tem sido considerado de forma consistente o melhor serviço público a nível nacional e um dos melhores a nível internacional.

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos
Porto, 07 de Abril de 2015

Cinco Chaves para uma Alimentação mais Segura